4º Domingo da Quaresma (Ano C)
Leituras do Dia
- 1ª Leitura – Js 5,9a.10-12
- Salmo – Sl 33,2-3.4-5.6-7 (R.9a)
- 2ª Leitura – 2Cor 5,17-21
- Evangelho – Lc 15,1-3.11-32
Hoje avançamos um pouco mais no período da Quaresma e já chegamos ao quarto domingo! Nunca é demais lembrar que a Quaresma é um tempo especial, onde a Igreja nos pede um pouco mais atenção com determinadas práticas que devem fazer parte de nossa vida normal, mas que, nesta época, merecem uma maior atenção: a oração, a penitência, o jejum e a caridade. Através de uma dedicação maior a estas quatro coisas, nós podemos fazer uma verdadeira revisão de nossa vida espiritual, preparando-nos interiormente para a grande festa da Páscoa, a festa da ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo, que já está se aproximando.
A primeira leitura de hoje é retirada do Livro de Josué. Josué é descrito na Bíblia com um jovem que foi escolhido por Moisés para ser seu assistente pessoal. No Livro do Êxodo, no capítulo 17, vemos Moisés delegando a Josué a missão de escolher homens para formar um exército que sairia em combate contra os Amalequitas. Josué também acompanhava Moisés todas as vezes que ele ia à tenda para se encontrar e conversar com Deus. Sem dúvida, todo esse tempo foi de grande aprendizado para Josué, onde ele aprendeu a conhecer mais de perto o Senhor Deus e a se tornar um servo fiel e comprometido com Ele.

Josué foi oficialmente escolhido como sucessor de Moisés em um local próximo do Rio Jordão, quando Moisés já havia assimilado que não seria ele quem conduziria pessoalmente o povo para a terra prometida de Canaã. Então, Moisés escolheu Josué e lhe atribuiu essa missão de ser o novo líder de Israel. Depois de tanta convivência com Moisés, experiência e sabedoria não iram faltar a ele.
No trecho que lemos hoje, os israelitas, que tinham acabado de cruzar o deserto, atravessaram o Rio Jordão e estavam em um local que é denominado Guilgal, que devia se situar ainda próximo do Rio Jordão, na direção de Jericó. Os Judeus estavam próximos de celebrar a primeira Páscoa, já dentro da terra prometida, e somente aqueles que eram circuncidados poderiam participar dessa festa. Um pouco antes, num trecho anterior do livro, nesse mesmo capítulo, nós vemos que Josué havia feito todo o povo passar por este rito da circuncisão. Desde que saíram do Egito, nenhum israelita que nasceu no caminho pelo deserto havia sido circuncidado e Josué fez cumprir esse rito, que era sinal da aliança que Deus havia feito com Abraão, e, dessa maneira, era também um sinal de que este povo pertencia a Javé.
Esse povo, circuncidado por Josué, afirmou, portanto, a sua pertença a Deus. Este rito pode ser entendido como uma espécie de conversão coletiva, que coloca fim ao opróbrio do Egito, como vemos na leitura, e marca o início de um novo tempo, onde um povo, agora livre da escravidão, inicia um nova era caminhando ao lado de seu Deus.
Reparem que a circuncisão, por si só, nada mais é do que um ritual físico e que sozinho é vazio. Os próprios autores dos Livros da Bíblia mencionam, tanto no livro do Deuteronômio, quando no livro de Jeremias, que o importante é a circuncisão do coração, onde a gente pode celebrar verdadeiramente uma nova vida, através do arrependimento de nossos pecados e de uma adesão sincera aos planos de Deus para nós.
Nesse tempo da Quaresma, nós também somos convidados por Deus para passarmos para uma nova vida. Precisamos passar por um processo de conversão, processo esse que deve ser constante em nossa caminhada, mas que deve ter uma atenção especial nesse tempo quaresmal.
Podemos ver que a questão central do nosso texto de hoje gira, portanto, na vida nova que se inicia para o povo de Israel. E essa Páscoa, a que se refere a leitura, marca o início desse novo tempo.
Na segunda leitura, Paulo nos lembra que, em Cristo, Deus reconciliou o mundo dos homens com Ele. Paulo diz:
“Aquele que não cometeu nenhum pecado, Deus o fez pecado por nós, para que nele nós nos tornemos justiça de Deus.”
Nesta mensagem vemos a preocupação de Paulo com o fato de os Coríntios estarem se afastando da busca desta reconciliação com Deus. Ele insiste muito neste ponto.
“Em nome de Cristo, nós vos suplicamos: deixai-vos reconciliar com Deus.”
(…)continua
Ouça na ÍNTEGRA! Os comentários continuam e abrangem a 1ª Leitura, 2ª Leitura e o Evangelho desse domingo. Você se interessou em aprofundar este conteúdo? Ouça o comentário completo assistindo ao vídeo que contém o programa “Conversando sobre a Palavra” na íntegra:
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