8º Domingo do Tempo Comum (Ano C)

Leituras do Dia

  • 1ª Leitura – Eclo 27,5-8 (gr.4-7)
  • Salmo – Sl 91,2-3.13-14.15-16 (R. Cf. 2a)
  • 2ª Leitura – 1Cor 15,54-58
  • Evangelho – Lc 6,39-45

Este domingo tem uma temática bem interessante para refletir: a diferença entre o interior e o exterior do ser humano. A ilusão da imagem e da aparência, através das quais muita gente faz juízo de valor em relação ao seu irmão. 

Logo na primeira leitura, a gente vê um trecho do livro do eclesiástico. Este foi escrito por um autor chamado Jesus Ben Sira e, por isso, por muitas vezes a gente vai encontrar uma referência a ele como livro de Ben Sira ou, até mesmo, livro de Sirac. Foi escrito mais ou menos por volta do século II antes de Cristo, uma época em que os costumes do mundo grego ganhavam muita força e acabavam por disputar espaço com os costumes tradicionais do povo hebreu. Isso levou ao definhamento das tradições, o que vem a ser combatido pelo autor do livro.

O autor tenta fazer um resgate de todos os valores tradicionais do povo. Ele escreve um livro que tenta resumir a sabedoria, a cultura e os valores de Israel, mostrando que a Torá (nome que pelo qual é conhecida a sagrada escritura pelo povo judeu) permanece viva, como verdadeira revelação da sabedoria de Deus.

No trecho particular de hoje, o autor usa três exemplos de como determinada situação tem a sua verdadeira explicação, a sua verdadeira revelação, através da atuação de um fator externo, sem o qual o verdadeiro reconhecimento ficaria comprometido.

Primeiro, usa a imagem da peneira que, ao ser sacudida, retém dentro dela os objetos maiores, separando dos menores que caem, pois os maiores não podem passar por aqueles pequenos furinhos. Então, num olhar inicial, para quem olha, a separação não é nítida, pois todo o conjunto está misturado, mas só quando a peneira é agitada e sacudida, é que ocorre essa separação. 

Zoom de peneira

Depois, imagem do oleiro, que prova a qualidade do vaso, colocando o vaso no forno. O vaso, dentro do forno, é submetido a uma temperatura altíssima e isso faz com que alguns dos vasos, os de qualidade inferior, trinquem. A qualidade entre eles se mostra dentro do forno. Fora do forno pode ser o vaso mais bonito, mas quando ele é colocado no forno, ele pode trincar. O oleiro só descobre quais são realmente os bons vasos pela prova do forno. 

E por último, a gente vê a diferença de qualidade entre os diversos tipos de solos, diversos tipos de terra, onde são plantadas as frutas. A gente vê justamente pelo resultado da diferença do sabor entre elas. As terras melhores, certamente produzem frutos mais gostosos, mais saborosos, mais doces.

Frutas em árvores

E qual a semelhança entre todos esses três exemplos?

É que a verdade, que se quer extrair em todas as situações exemplificadas pelo autor, está sempre oculta e vai ser revelada através da atuação de um outro fator. Ela não é aparente, você não consegue fazer um julgamento sem analisar o que aconteceu antes. Você não consegue tirar uma conclusão definitiva num primeiro momento. E a conclusão óbvia a que gente chega é de que não devemos nunca tirar conclusões a respeito das pessoas através da primeira impressão que a gente tem delas, seja uma impressão boa ou uma impressão ruim (…)

Os comentários continuam e abrangem a 1ª Leitura, 2ª Leitura e o Evangelho desse domingo. Você se interessou em aprofundar este conteúdo? Ouça o comentário completo assistindo ao vídeo que contém o programa Conversando sobre a Palavra na íntegra:

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