2º Domingo da Quaresma (Ano C)
Leituras do Dia
- 1ª Leitura – Gn 15,5-12 17-18
- Salmo – Sl 26,1.7-8.9abc.13.14 (R. 1a)
- 2ª Leitura – Fl 3,17-4,1
- Evangelho – Lc 9,28b-36
Hoje celebramos o segundo Domingo da Quaresma. E nunca é demais lembrar que a Quaresma é um tempo em que a Igreja nos pede algumas coisas em especial. A gente já falou um pouco disso na semana passada, mas eu vou fazer uma rápida recapitulação. E vejam bem, não quer dizer que essas coisas que a Igreja nos pede, em especial no tempo da quaresma, não sejam necessárias durante toda a nossa vida, de católicos, de cristãos. São necessárias o tempo todo. Mas nesse tempo, a Igreja pede uma atenção especial, um cuidado maior com elas. E quais são essas coisas? A oração, a caridade, a penitência. Lembremos delas com mais carinho durante este tempo especial.
O tempo da Quaresma é marcado pela cor roxa. A cor roxa transmite um significado de meditação, de reflexão. A Quaresma também é um tempo oportuno para que a gente possa fazer uma reavaliação da nossa vida espiritual. Essa reavaliação que fazemos, deve vir acompanhada de uma transformação. E a devemos entender o termo transformação, não como algo que nos muda exteriormente, mas como algo que nos muda interiormente. Essa transformação deve fazer com que sejamos pessoas melhores, pessoas que desejam e aprimoram um relacionamento mais próximo com Deus e com os irmãos.

Essas práticas da Quaresma, a oração, a caridade, a penitência, o jejum, são só os instrumentos através dos quais podemos realizar essa revisão espiritual das nossas vidas, a fim de que a gente esteja preparado, arrumadinho, para a grande festa da cristandade, que é a Páscoa.
A primeira leitura de hoje é retirada do livro do Gênesis. Abraão é o personagem central da nossa leitura. Ele já possuía uma certa idade e se ressentia de não ter uma descendência. Ele não teve filhos, então não tinha para quem deixar o seu legado. Apenas a título de curiosidade, em situações como essa de Abraão, quando a pessoa não possuía descendentes, era costume que ela adotasse um escravo, um escravo de bom comportamento, ao qual ela tivesse uma certa afeição. E esse escravo se comprometia a dar uma sepultura digna para o seu senhor, quando chegasse o momento da sua partida. Ele se tornava filho daquela pessoa e quando essa pessoa viesse a falecer, esse escravo se tornava o seu herdeiro. Contratos como esse foram encontrados por arqueólogos. Eles datam mais ou menos do século XV antes de Cristo e mencionam esse tipo de acordo. Então podemos concluir que Abraão estava temendo exatamente por esse tipo de situação.
E nesse contexto em que Abraão se encontrava, Deus se manifesta e ele e o convida a contar as estrelas do céu. Eu não sei se você já tiver a oportunidade de estar num lugar longe das capitais, longe das grandes cidades. O céu nas grandes cidades é muito iluminado artificialmente durante a noite e impede que a gente veja a quantidade de estrelas que conseguimos ver quando vamos para um lugar mais afastado, para um lugar mais para o interior, onde a luminosidade da noite é bem menor. Quem já teve essa experiência sabe como o céu é pulverizado de tantas estrelas. A gente não consegue realmente contar. Na cidade, a gente até consegue. A gente faz um esforço e conta 1,2,3… As Três Marias, O Cruzeiro do Sul. Mas numa num local de pouca luminosidade, a gente vê uma imensidão de estrelas. E é essa imagem que Deus transmite para Abraão. Ele promete para Abraão que a descendência dele seria tão numerosa quanto aquelas estrelas ali do céu.
Reparem gente, que Deus, vendo a condição de Abraão, vendo o que se passava no seu coração, vem a ele de uma forma espontânea. Deus se manifesta a Abraão e oferece a ele a oportunidade dessa descendência e da posse da terra que ele já ocupava. Esse é um gesto gratuito da parte de Deus. Deus não impõe a Abraão nenhuma condição. Ele não exige nada de Abraão. No entanto, Abraão fica meio desconfiado e pergunta: Como é que eu poderei saber que eu vou possuir essa terra? Como é que eu vou saber que o senhor está falando a verdade, que o senhor vai cumprir as promessas que está fazendo para mim? E Deus lhe dá essa garantia. Ele pede então a Abraão que prepare um ritual, um ritual de celebração de Aliança, que era também uma coisa muito comum na época. Eram rituais feitos de várias maneiras. (…)
Os comentários continuam e abrangem a 1ª Leitura, 2ª Leitura e o Evangelho desse domingo. Você se interessou em aprofundar este conteúdo? Ouça o comentário completo assistindo ao vídeo que contém o programa Conversando sobre a Palavra na íntegra:
Para ouvir a Liturgia Diária Vox Católica todos os dias, basta acessar a opção no menu em nosso site, ou ouvir nos principais podcasts, como Anchor – Spotify – iTunes – Google Podcast – Deezer
Liturgia Diária – Vox Católica.