14º Domingo do Tempo Comum (Ano C)
14º Domingo Do Tempo Comum – C
Leituras do Dia
- 1ª Leitura – Is 66,10-14c
- Salmo – Sl 65,1-3a.4-5.6-7a.16.20 (R.1)
- 2ª Leitura – Gl 6,14-18
- Evangelho – Lc 10,1-12.17-20
Chegamos ao 14º Domingo doTempo Comum. Hoje vemos as leituras com temáticas diversas, um pouco difíceis de fazermos uma ligação entre elas, mas igualmente ricas e das quais sempre podemos tirar muitos ensinamentos para nosso crescimento como cristãos.
Na primeira leitura, vemos um trecho retirado do livro do profeta Isaías. Nesse trecho, vemos um relato de um profeta anônimo que é enviado por Deus para proclamar um amor de Pai e também de Mãe, que Deus tem pelos seus filhos. É bom sempre lembrarmos, conforme já vimos outras vezes, que um profeta é sempre alguém que aceita o chamado de Deus para realizar sua vontade, uma pessoa comum, mas ao mesmo tempo uma pessoa especial.
Os capítulos 56 até 66 do Livro do Profeta Isaías nos situam por volta final do século VI e começo do século V antes de Cristo. Era a época do regresso do exílio da Babilônia , e Jerusalém estava sendo reconstruída a passos bem lentos, porque grande parte de sua população vivia em condições de miséria. E, neste cenário, acabamos tendo uma consequência inevitável… um povo enfraquecido é sempre um bom alvo para ataques de povos mais fortes. E era exatamente isso que acontecia…. toda essa reconstrução não conseguia progredir de maneira satisfatória, porque Jerusalém estava sempre às voltas com embates com inimigos próximos…. isso dificultava a reconstrução da cidade e deixava o povo se perguntando “quando é que Deus vai realizar as promessas que fez enquanto ainda estávamos no exílio?”

É exatamente neste contexto que podemos situar nossa primeira leitura de hoje. O objetivo da mensagem deste profeta é consolar e reanimar este povo tão sofrido, que está perdendo as esperanças em relação ao cumprimento das promessas feitas por Deus. Então, para poder transmitir essa mensagem, ele coloca Jerusalém como uma mãe, que dá à luz um filho, que é simbolizado pelo povo de Israel. Ele também diz que essa mãe o alimenta com leite abundante. Reparem que o profeta utiliza a expressão “sugar e saciar-vos ao seio de sua consolação, e aleitar-vos e deliciar-vos aos úberes de sua glória.” Isto dá ao texto a sensação de riqueza, de vida em abundância, de fartura, de plenitude, que são as experiências que um bebê tem junto ao colo de sua mãe.
O profeta tem a consciência de que é Deus que está por trás de toda esta fartura, de toda esta abundância, e que será Ele a proporcionar à mãe, Jerusalém, todas as condições de fornecer a seus filhos, o povo de Israel, esta vida em plenitude. O profeta ainda menciona que o próprio Deus fará correr para Jerusalém a paz, como se fosse um rio. E essa paz, “shalom” em hebraico, quer exprimir muito mais que apenas a ausência de guerra, mas também um tempo em que o povo possa gozar de saúde, de prosperidade e de uma relação de amizade mais próxima com Deus. Ou seja, essa paz simboliza um tempo de felicidade total, de realização plena para este povo tão sofrido.
Nós temos que ter bem claro em nossas mentes, que todas as pessoas que dizem crer sinceramente em Deus, também tem que assumir em suas vidas um quinhão de profeta, tem que ser pessoas que professem, em palavras e, muito mais ainda, em suas atitudes, a mensagem libertadora e consoladora de Deus para o seu povo. É através das pessoas que são abertas a Ele, que Deus atua no mundo. Será que nós assumimos na nossa vida diária esta missão profética que nos foi confiada? Será que testemunhamos a fé e a esperança para nossos irmãos através de nossa vida? Será que nosso discurso é afinado com nossas atitudes no mundo real?
Deus é sempre um pai que proporciona vida, e vida em abundância. Mas também é uma mãe que acaricia os filhos em seu colo, como vimos na nossa leitura. Será que é assim que nós enxergamos esse Deus no qual dizemos que cremos? Será que conseguimos enxergar os gestos de amor de Deus para nós nos pequenos acontecimentos do nosso cotidiano? Será que estamos atentos para ver os sinais de amor que Deus nos demonstra o tempo todo? E, além disso, ainda que consigamos perceber estes sinais e estejamos atentos a eles, será que nós manifestamos nossa gratidão a Ele por tudo isso, será que conseguimos silenciar o nosso coração e paramos para agradecer?
(…)continua
Ouça na ÍNTEGRA! Os comentários continuam e abrangem a 1ª Leitura, 2ª Leitura e o Evangelho desse domingo. Você se interessou em aprofundar este conteúdo? Ouça o comentário completo assistindo ao vídeo que contém o programa “Conversando sobre a Palavra” na íntegra:
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