25º Domingo do Tempo Comum (Ano C)
- Leituras do Dia
- 1ª Leitura – Am 8,4-7
- Salmo – Sl 112, 1-2.4-6.7-8 (R. cf. 1a.7b)
- 2ª Leitura – 1Tm 2,1-8
- Evangelho – Lc 16,1-13
No 25º Domingo do Tempo Comum o tema central da liturgia é a maneira como nos relacionamos com dinheiro e com os demais bens materiais em nossas vidas, qual o lugar que ocupam nelas.
A liturgia nos mostra que devemos frear o ímpeto da ganância e impedir que ela manipule nossos pensamentos e nossas atitudes. Devemos, antes de procurar tudo isso, focarmos nossa busca nos valores do Reino de Deus.
A primeira leitura de hoje é retirada do Livro do Profeta Amós. Ele, que é conhecido como o “profeta da justiça social”, pois esse é um tema recorrente nos seus escritos. Amós não foi criado para ser um profeta. Ele não recebeu treinamento especial em alguma escola para formar profetas. Era apenas um homem comum, vivendo sua vida normal, quando se sentiu chamado por Deus para falar em seu nome. Amós mesmo declarou:
“Não sou profeta nem discípulo de profeta. Foi o Senhor Deus que me tirou de detrás do rebanho e me ordenou: vai profetizar contra Israel, o meu povo”.
Amós exerceu seu ministério de profeta no chamado Reino do Norte, que era a parte de Israel que congregava o maior número de tribos, em meados do século VIII a.C., quando Jeroboão II era o Rei de Israel. Nessa época, Israel vivia um período de paz política e de prosperidade econômica, devido às conquistas de Jeroboão II, que havia expandido o território de Israel, fazendo com que os tributos dos povos vencidos se incorporassem à riqueza daquela nação. No entanto, essa prosperidade econômica não era refletida para as classes menos favorecidas. Apenas os mais ricos acabavam desfrutando dela. A distribuição dos bens estava nas mãos de comerciantes que se aproveitavam de seu monopólio para aumentar os preços a seu gosto e, dessa maneira, as famílias menos favorecidas financeiramente estavam sempre endividadas e acabavam perdendo suas propriedades para aqueles que mais tinham. Os poderosos eram muito influentes e agiam de tal maneira, que impediam que a justiça fosse feita aos desfavorecidos. É exatamente no meio deste contexto tão turbulento que aparece o profeta Amós. A firmeza do seu discurso, que denunciava estas injustiças mudou o ambiente daquela sociedade, que já parecia estar acomodada com aquela situação.
O texto que lemos hoje é uma dura denúncia que o profeta faz contra os comerciantes, que segundo suas próprias palavras “maltratam os humildes e causam a prostração dos pobres da terra”. Estes comerciantes, dominados totalmente pela ganância de aumentarem sempre mais os seus lucros, compravam os produtos dos agricultores por um preço bem baixo e revendiam às pessoas, em sua maioria de baixo poder aquisitivo, a preços muito mais altos, sem nenhum constrangimento de que, por isso, elas pudessem passar dificuldades. Além disso, segundo denuncia o profeta, também adulteravam as balanças, os pesos e as medidas, misturavam o trigo com cascas para fazer render mais… nada muito diferente do que ainda vemos hoje em tantos locais de comércio, em feiras livres e mercados públicos… as pessoas não mudaram muito de lá para cá, infelizmente…
Não bastasse tudo isso, o profeta ainda denuncia que eles ficavam tramando tudo isso com uma voracidade tão grande, que esperavam que os dias de lua nova e os dias de sábado, que eram dias sagrados para os judeus, onde não se podia realizar atividades lucrativas, passassem rapidamente, para que eles pudessem logo recomeçar suas atividades inescrupulosas de lucro. Ou seja, ao invés de utilizarem estes dias sagrados para renderem o devido louvor a Deus, pois para isso eram reservados os dias sagrados, eles passavam estes dias maquinando sobre novas formas de aumentarem seus lucros.
Tudo isso, todas essas práticas, configuravam, claramente, uma violação frontal dos mandamentos de Deus. Deus não poderia assistir a tudo isso sem se indignar com aquelas pessoas. Deus não poderia compactuar com a violência e com a injustiça que estavam sendo feitas com os mais pobres, pois estes crimes, cometidos contra os mais frágeis, eram uma afronta direta a Deus. É exatamente essa a temática da denúncia do profeta Amós, que anuncia que Deus não vai deixar passar batido esse tipo de comportamento. Deus não será indiferente a tantas injustiças. Deus, certamente, irá intervir para acabar com todo esse tipo de exploração. A frase dita pelo profeta, no final da leitura: “Por causa da soberba de Jacó, jurou o Senhor”, é uma forma do profeta demonstrar para as pessoas que o ouviam o caráter irrevogável da decisão tomada por Deus.
Este trecho foi transcrito do áudio original de Antonio Santoro – Vox Católica (…)continua
Ouça na ÍNTEGRA! Os comentários continuam e abrangem a 1ª Leitura, 2ª Leitura e o Evangelho desse domingo. Você se interessou em aprofundar este conteúdo? Ouça o comentário completo assistindo ao vídeo que contém o programa “Conversando sobre a Palavra” na íntegra:
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