1º Domingo da Quaresma (Ano C)
Leituras do Dia
- 1ª Leitura – Dt 26,4-10
- Salmo – Sl 90,1-2.10-11.12-13.14-15 (R. cf.15b)
- 2ª Leitura – Rm 10,8-13
- Evangelho – Lc 4,1-13
Hoje nós iniciamos um novo tempo litúrgico. O tempo da Quaresma. A nossa igreja divide cada ano litúrgico em alguns intervalos, que nós chamamos de tempos litúrgicos. Nós começamos sempre o ano litúrgico com o tempo do advento, lembrando que o ano litúrgico da igreja não coincide com o nosso ano civil. O advento começa sempre no final de novembro, ou no início de dezembro do nosso ano civil. Depois do advento, a gente passa para o tempo do Natal. Em seguida, temos a primeira parte do tempo comum. Esse tempo comum é dividido em duas partes: a primeira parte se encerrou na semana passada. E agora começamos o tempo da Quaresma. Após o tempo da Quaresma, virá o tempo Pascal. E, por fim, a segunda parte do tempo comum. E depois começamos tudo de novo.
Nós temos que ter em mente que cada tempo litúrgico tem uma espiritualidade diferente. A função de cada um deles, de cada um dos tempos litúrgicos, é focar especificamente num aspecto diferente. Embora o mistério da encarnação, vida, morte e ressurreição de Cristo seja um só, e deva ser sempre compreendido como um todo. A Quaresma é um tempo em que a igreja foca mais em temas como a conversão, o jejum, a penitência, a esmola, a oração.
Isso não quer dizer que essas práticas são exclusivas do tempo da Quaresma. Nós, como cristãos católicos que somos, devemos ter bem claro que essas práticas devem fazer parte do nosso cotidiano. Nós não podemos ter conversão somente no período da Quaresma, numa parte específica do ano. Muito menos a nossa caridade deve ser restrita ao período da Quaresma. No resto do ano poderíamos nos comportar como uma pessoa insensível ao próximo? Jamais! Imaginem se a oração fosse apenas também destinada ao período quaresmal? Não dá para a gente imaginar uma religião que se comporte dessa maneira.
Devemos encarar o período da Quaresma como um tempo especial, onde nós daremos uma atenção particular a esses aspectos da nossa vida cristã, da nossa vida espiritual. É um tempo propício para fazermos uma revisão em nossas vidas a respeito dessas práticas que a igreja foca mais nesse período. A Quaresma é, sobretudo, um tempo em que devemos nos preparar da melhor forma possível, para celebrarmos a maior festa da nossa igreja, que é a Páscoa, a ressurreição de Cristo. Por isso, nada melhor do que nesse período ficarmos focados na conversão, no jejum, na caridade e na oração.

Toda a grande festa necessita de uma grande preparação. Não é diferente com a festa da ressurreição de Cristo. A gente precisa de uma grande preparação, que será feita agora, nesse tempo que a gente inicia hoje.
Na primeira leitura, vemos um trecho do livro do Deuteronômio. Esse livro é conhecido também como o livro da lei, o livro da Aliança. Ele é composto por uma série de discursos de Moisés, onde ele quer lembrar sempre o povo dos compromissos que tem com o seu Deus. A Aliança entre o povo hebreu e Javé. O trecho de hoje nos mostra a instrução sobre um ritual. Nesse ritual, deveriam ser oferecidos a Deus os primeiros frutos da Terra que fossem produzidos e, muito possivelmente, esse ritual deve ter sido adaptado do povo que habitava aquelas terras onde os hebreus foram morar. Os cananeus faziam, nessa mesma época de colheita, uma festa em honra do deus que eles chamavam de baal. Esse Deus era ligado à vegetação e a fecundidade da Terra, e tinha seu culto de agradecimento bastante difundido entre eles.
Mas o povo hebreu sabia que não era para baal que ele devia prestar o culto de agradecimento. O gesto de oferta dos primeiros frutos da Terra, também deveria ser acompanhado de uma profissão de fé. Ela é descrita detalhadamente por Moisés na primeira leitura e a intenção dessa profissão de fé é exatamente lembrar o povo de todas as intervenções que Deus fez em favor deles durante a história. Durante o texto, ele lembra ao povo que a Terra, que agora eles ocupam, é um dom dado por Deus e que tudo o que floresce nela também é dom de Deus. Tudo isso, tanto o presente do povo como o passado, é simplesmente o resultado do amor de Deus pelo povo, que ultrapassou todas as gerações. Esse costume fazia com que o povo se reunisse para agradecer a Deus e era também uma maneira deles poderem viver mais realisticamente à fé deles, porque assim ficavam afastados do culto a outros deuses e, consequentemente, da idolatria de baal. (…)
Os comentários continuam e abrangem a 1ª Leitura, 2ª Leitura e o Evangelho desse domingo. Você se interessou em aprofundar este conteúdo? Ouça o comentário completo assistindo ao vídeo que contém o programa Conversando sobre a Palavra na íntegra:
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